Leopoldina

LEOPOLDINA, INDEPENDÊNCIA E MORTE


Peça em cartaz no CCBB / Rio. Espetáculo brilhante, denso, intenso, na contramão da história oficial. Plateia aplaude de pé, comovida, a luta, os desejos, o delírio, o sofrimento e a agonia da Imperatriz austríaca que sonhou com uma nação independente, forte, brasileira.
Inevitável não projetar o passado no presente sombrio de uma nação hoje em pedaços. Narrativa sobre a opressão, humilhação e dor da mulher, submetida, anulada, impedida, pelo poder masculino que se faz dono da história, do Império à República, de tempos passados aos tempos mais recentes.
Também o desmonte mitológico do grito do Ipiranga, o do falso heroísmo, e o da sua falsa representação pictórica.
Autoria e direção de Marcos Damigo, baseado em fontes históricas, com destaque para artigo da psicanalista Maria Rita Kehl.
Sara Antunes impressiona no papel da protagonista, alternando leveza, força e profundidade, em montagem com música ao vivo de cello e flauta (Ana Eliza Colomar) na pontuação e na costura do tempo, do ritmo e da dramaticidade cênica.
Teatro, drama, história, política, crítica, invenção, beleza, arte e cultura em tom maior.

Comentários

Postagens mais visitadas