Vladimir Carvalho

VLADIMIR 86! 


Vladimir Carvalho, nosso mestre do documentário brasileiro, fez em 31 de janeiro, 86 anos, de vida e cinema brasileiro. Nossa amizade começou em meados dos anos 1970, em Brasília, onde eu cursava o Mestrado em Comunicação e Vladimir era professor do Curso de Cinema, na UnB. 

Na Escola Parque de Brasília, assisti pela primeira vez (e a seu lado), num ciclo em sua homenagem, seus documentários "A Bolandeira", "Vestibular 70", "Incelência para um Trem de Ferro", "Vlla Boa de Goyas", "A Pedra da Riqueza". Ali, descobri o documentário brasileiro numa de suas vertentes mais intensas, mais ricas, onde se misturavam realidade, história, paisagem, poesia, crítica social.

 "O País de São Saruê" (1971), talvez sua obra prima, censurada pela ditadura militar, só foi possível assistir anos depois, no seu resgate pelo Festival de Cinema de Brasília, em 1998. Nos anos 80 e 90 nos brindou com pelo menos dois clássicos, "Evangelho Segundo Teotônio" (1984) e "Conterrâneos Velhos de Guerra" (1990). "Barra 68 - Sem Perder a Ternura" (2000), "O Engenho de Zé Lins (2007), "Rock Brasília - Era de Ouro" (2011) e "Cícero Dias, o Compadre de Picasso" (2016 - estive com ele na estreia no Espaço Itaú de Cinema-Rio), são filmes mais recentes que se somaram à uma filmografia que honra, atravessa e identifica o cinema documentário brasileiro. 

Vladimir, precursor, professor, mestre, raiz, influenciador. Autor, inventor, realizador e militante do cinema. Uma pessoa de uma cordialidade, fraternidade e afetos, como poucas. 

Carlos Alberto Mattos escreveu sobre sua trajetória e sua obra no livro "Vladimir Carvalho - Pedras na Rua e Pelejas no Planalto" (Coleção Aplauso - SP/2008). 

No cinema de Vladimir, no seu fluxo de imagens e memórias, desponta como protagonista o homem brasileiro. 

Parabéns, todos os aplausos ao Mestre!

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