Laranja Mecânica

LARANJA MECÂNICA 50 ANOS


50 anos de "A Clockwork Orange / Laranja Mecânica" (EUA / Reino Unido -1971), filme clássico do diretor norte-americano Stanley Kubrick.
Baseado no livro do britânico Anthony Burgess, que junta-se a "1984" de George Orwell, a "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, e a "Farenheit 451", de Ray Bradbury, como um conjunto de obras marcantes na projeção de um futuro sombrio e distópico.
"Laranja Mecânica", filme estrelado por Malcolm McDowell, no expressivo papel de Alex, líder de uma gangue de delinquentes que assalta, rouba, estupra e mata, e recebe a devida punição através da repressão do Estado, nos carrega para a distopia de um mundo de extrema direita, onde prevalecem os sistemas autoritarios da vigilância e do controle social.
Considerado um dos filmes mais polêmicos dos anos 70, teve sua exibição proibida em vários países, com a acusação bizarra de estimular e encorajar a prática do crime.
A distopia totalitária, que remete ao conceito de Foucault de "sociedade do controle", aponta para o mundo atual, com o crescimento dos regimes autoritários, e faz do filme de Kubrick uma obra contemporânea, onde a ficção encontra a realidade, a merecer estudos por diferentes áreas acadêmicas, que buscam entender o mundo em que vivemos, já nessa segunda década do século XXI.
Kubrick trabalha o filme com uma estética pop dos anos 60/70, usa trilha sonora que junta música clássica e música eletrônica, construindo seu protagonista como um anti-herói em permanente desvario psíquico que alterna o horror e a sedução.
Como curiosidade, registre-se que Kubrick nunca recebeu aprovação dos seus filmes por parte dos autores que adaptou para o cinema. Nem Burgess por "Laranja Mecânica", tampouco Stephen King por "O Iluminado". No caso de "Lolita", o autor, Nabokov, escreveu o roteiro do filme.
Outra curiosidade do filme, Kubrick chegou a pensar em ter Mick Jagger no papel de Alex e a banda Rolling Stones encarnando os membros dos Droogs. Ideia que não foi adiante.
Uma obra indiscutível e perturbadora, na linguagem e na temática, com questões que se projetam em qualquer tempo e lugar social e político, como a delinquência juvenil, a corrupção moral, o livre-arbítrio, a psiquiatria como máquina de poder, a violência e a repressão do Estado.
50 anos depois, hora de rever Laranja Mecânica!

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