Lumière!
OS LUMIÈRE, A AVENTURA DO CINEMA

Estas e outras preciosidades, num total de 114 filmes captados pelo cinematógrafo
inventado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, estão reunidas, remasterizadas
em 4k e comentadas no filme Lumière! A Aventura Começa (Lumière!). Presente
de Natal vindo da França, embalado pelo editor Thierry Frémoux, diretor do
Instituto Lumière e do Festival de Cinema de Cannes.
Declaração de amor ao cinema é o slogan
impresso no cartaz do filme, que faz jus ao que é exibido aos nossos olhos. A
plataforma da estação e a porta da fábrica são duas locações emblemáticas de um
cotidiano de fins do século XIX na França, que alçaram prestígio e status de
cenários precursores da fantasia e da magia do invento do cinema. Menos famosas
do que A Saída dos Operários da Fábrica
Lumière e A Chegada do Trem a La
Ciotat são algumas outras sequências encenadas por amigos e familiares em
Lyon, entre elas as divertidas O Almoço do Bebê e O Jardineiro Regado. Percorremos também outros
espaços e registros, que vão do universo público ao privado da vida em Paris e em
outras cidades francesas. Filmes rodados em
outros países fazem parte também da compilação, mostrando aspectos do mundo na
virada do século, como cenas do urbanismo moderno nos
EUA e Espanha, e até exotismos em outras regiões, como Vietname e Turquia. Entre
1895 e 1905, mais de mil filmes foram feitos nos dez anos da aventura Lumière.
A narração crítica e apaixonada de Frémoux, adjetivada demais em alguns momentos, associada à música de Camille Saints-Saëns, nos conduz pela técnica e arte
cinematográficas que capturam cenas da casa e da rua, da família e do trabalho,
da infância, do esporte, do entretenimento e rituais os mais diversos,
documentando cultura e comportamento, entre o espontâneo e o dramatizado, numa variedade
de tons, do lírico ao cômico, do jornalístico ao etnográfico. Ressalta também
nos filmes selecionados o rigor estético na composição dos quadros,
no posicionamento do olhar, na cadência dos travellings, na iluminação natural,
na harmonia buscada no que se apresenta e se movimenta dentro e na profundidade
do campo. Com planos e composições cênicas referenciais, identificamos quadros à
semelhança de outros que seriam compostos por gênios que vieram depois, como
Eizenstein, Ford, Ozu, Kurosawa e Visconti.

Carlinhos, suas críticas são sempre maravilhosos! Obrigada por nos presentear com uma escrita tão bacana, sucinta e clara.!
ResponderExcluirCarlinhos!!!! Escreveu pro blog errado.
ExcluirAos navegantes que aportarem por aqui, seguindo a luz dos Lumière:
ResponderExcluirApesar da citação errada do meu nome no comentário aí em cima, my name is Bond. James Bond!
Ou seja, Dermeval Netto.